Hoje, dia 19 de abril, muitas pessoas direcionam seus olhares para os povos indígenas, um dia que para os povos indígenas é visto como um dia de fortalecimento, fortalecimento da cultura, da nossa identidade e de nossas lutas.
Um dia para relembrar, relembrar as conquistas e os desafios. Um dia para aproveitarmos os olhares voltados para nós e contarmos a história, escrita por nós. Uma história de luta por respeito, por um lugar que não tente mudar nosso jeito de ser e por um lugar onde as pessoas cuidem da mãe natureza assim como um filho cuida da mãe.
Por isso aproveito este momento para dizer, que os povos indígenas vão continuar lutando, lutando contra o genocídio, preconceito e a exclusão, continuaremos lutando pela mãe terra, para que todos ainda possam ver uma árvore dar frutos, pelo nosso povo que teve seu sangue derramado nessas terras, para que a batida do tambor continue a soar acompanhando do som do maraca, tocando em plena harmonia com as vozes dos povos indígenas.
Um dia tentaram esconder e negar a nossa existência, onde para podermos viver era preciso calar se, agora para podermos continuar existindo, precisamos falar, então concluo dizendo a todos que mesmo que alguns tentem negar "O Ceará também é pintado de jenipapo e urucum".
(Texto da aluna do curso de Ciências Biológicas, Ariane Araújo, da comunidade indígena Tremembé de Varjota, localizada em Itarema-CE. Ariane também é integrante do Neabi - IFCE/ Campus Acaraú)