Professor de Quixadá é convidado para apresentar pesquisa em simpósio mundial de câncer

O professor do campus de Quixadá do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Alexandre Carreira, foi convidado para apresentar a pesquisa "Starch-based magnetic nanocomposite for targeted delivery of hydrophilic bioactives as anticancer strategy" (Nanocompósito magnético à base de amido para carreamento direcionado de bioativos hidrofílicos como estratégia anticâncer) durante o Simpósio Mundial de Pesquisas em Câncer 2022.

O evento reunirá pesquisadores de diferentes países que trabalham no desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras contra o câncer e será realizado entre os dias 6 e 8 de maio, do próximo ano, em Cingapura. 

A pesquisa de Carreira propõe um direcionamento de fármacos por meio da atração de um campo magnético. Com isso, é possível fazer com que um princípio ativo anticancerígeno se concentre mais em um determinado tecido alvo, como o tumor, ao invés de se distribuir igualmente por todo o corpo. O estudo busca desenvolver uma técnica que potencialize o resultado dos tratamentos, com uma maior concentração da medicação na região que deve ser tratada. 

“Ainda precisamos percorrer um longo caminho, mas, cada vez mais, buscamos por soluções inovadoras que consigam potencializar resultados na ação de fármacos, minimizando a quantidade de doses administradas e seus possíveis efeitos colaterais”, explica o professor Alexandre Carreira, autor principal do trabalho que está sendo desenvolvido em seu doutorado em Química.

A fórmula desenvolvida pelo professor do IFCE consiste na construção de uma cápsula de material compatível e degradável no corpo humano para envolver o fármaco junto a partículas magnéticas, possibilitando assim a atração do sistema por um campo magnético. Essa fórmula já teve o depósito de patente realizado, de forma a garantir que a tecnologia traga frutos referentes à propriedade intelectual.

O trabalho de Carreira já apresentou atividade anticâncer em laboratório, usando a técnica in vitro, contra quatro linhagens cancerígenas humanas, além disso demonstrou compatibilidade em testes com animais.

A pesquisa desenvolvida em parceria entre o IFCE campus Quixadá e o Laboratório de Polímeros e Inovação de Materiais da Universidade Federal do Ceará (UFC), além de outros colaboradores, já foi publicada em revista científica internacional. Agora, estudos adicionais serão desenvolvidos em parceria com a Universidade de Genebra, na Suíça.

Rebeca Cavalcante - campus de Quixadá