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Coorientado pela mãe pesquisadora, estudante desenvolve repelente que conquistou patente do INPI
PESQUISA
Quando um trabalho de conclusão de curso ganha uma patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sua qualidade é inegável. Só o fato já vale o registro, mas, a pesquisa de conclusão do curso de licenciatura em Química, no campus de Maracanaú, de Thiago Moreira Melo teve um detalhe a mais - o trabalho foi coorientado pela mãe do então concludente, a técnica de laboratório do IFCE de Maracanaú Louhana Moreira Rebouças, que também é pesquisadora e atualmente desenvolve estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Ceará, investigando sistemas nanoestruturados para carreamento de fármacos anticancerígenos e antimicrobianos.
Thiago lembra que desde a infância a paixão pela química foi instigada nele por Louhana por meio de experimentos. Com o trabalho de conclusão de curso ele encontrou a oportunidade de unir o útil ao agradável “Fazer um trabalho de conclusão do meu curso com a área que eu gosto e também com a pessoa que eu amo, que seria minha mãe”, enfatiza o autor da patente.
Já Louhana relembra o desafio de ser mãe e coorientadora. “Separar o papel de coorientador e de mãe é bastante desafiador porque a forma de cobrar e as expectativas devem ser as mesmas em relação aos outros alunos do laboratório, por outro lado, tem o orgulho de ver o seu filho seguindo o mesmo caminho na profissão”, destaca Louhana Moreira.
O trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Química realizado por Thiago Moreira Melo resultou em um repelente que faz uso em sua composição de uma nanoemoção a base do óleo essencial de cravo e do IR3535 que é um ativo sintético que, devido a alguns problemas de alergia que ele pode causar, teve seu uso diminuído com a associação do óleo de cravo.
O baixo custo é um dos diferenciais do repelente patenteado que usa menos ativo sintético (IR3535 ) e ao mesmo tempo possui um tempo de ação prolongado, o que resulta em menos aplicações. Uma das explicações para esse efeito está no uso da estratégia nanotecnológica que possibilita uma liberação mais lenta com maior duração. Outro fator responsável pela ação ultra prolongada também está na utilização óleo fixo da semente da linhaça, caracterizado como um óleo filmógeno, ou seja, capaz de formar uma película fina sobre a pele contribuindo com uma liberação mais lenta e gradual.
A pesquisa teve orientação da professora doutora Socorro Pinheiro da Silva e colaboração das docentes do campus Corolina de Góes Sampaio e Emília Alves, com a cessão do óleo de cravo. Também do aluno Júlio César Rabelo Mesquita Filho, na realização de análises. Ainda da docente da Universidade Federal do Ceará Nágila Maria Pontes Silva Ricardo que colaborou com a cessão do uso dos equipamentos responsáveis para obter a nanoestrutura.
Comunicação Social/ Maracanaú