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'Todos por um sorriso': alunos se unem em prol da solidariedade
TRABALHO VOLUNTÁRIO
A vontade de ajudar o próximo. Foi esse desejo em comum que motivou uma turma de dezenove estudantes do campus de Crato do IFCE a se tornarem voluntários em um abrigo de idosos, no Crato, e no Instituto de Apoio à Criança com Câncer do Cariri (IACC), em Barbalha. De cara limpa ou vestidos de palhaços, eles levam alegria a grupos vulneráveis.
A ideia de fazer esse trabalho surgiu em um momento difícil: ao acompanhar a mãe, que fazia tratamento contra o câncer no Hospital de Barbalha, Guardiana Maia, que é aluna da graduação em Zootecnia, teve contato com crianças que fazem tratamento no mesmo hospital. Com uma colega de curso, ela realizou a primeira ação no IACC, uma organização sem fins lucrativos que oferece hospedagem, alimentação, transporte e atendimento psicológico, entre outros serviços, para crianças e adolescentes com câncer e seus familiares.
A ideia, segundo Guardiana, era levar alegria e animação para as crianças, que muitas vezes precisam sair de suas cidades de origem para buscar o tratamento. "A gente visitou o IACC e viu que as crianças eram muito carinhosas. A ideia inicial era só brincar com elas". Quando outros amigos souberam da ação e demonstraram interesse em participar, o 'Todos por um Sorriso' começou a ser formado. "Foi algo colaborativo, juntando ações e pessoas que queriam participar do grupo", conta Bruno Xavier, um dos integrantes. O grupo já existe há quase seis meses, mas agora está fortalecendo as ações.
Para a primeira ação na ONG, os estudantes se transformaram em palhaços. Com a cara pintada, eles ajudaram as crianças, se divertiram e superaram alguns desafios: "A criança está numa situação de vulnerabilidade física. Às vezes, ela não gosta da situação e desconta no palhaço. Por isso, tem essa questão de conquistar a confiança da criança. Aconteceu no nosso primeiro encontro no IACC, mas no final o pessoal já estava apegado", conta Paulo Tavares. Apesar dos desafios, a receptividade ao trabalho é positiva: "Eles sempre são bem abertos. Lá no IACC, já até chamaram a gente para ir novamente no Natal".
Segundo Paulo, que cursa Sistemas de Informação, mas também é formado em Artes Cênicas, a arte tem um papel fundamental para o grupo. Eles apresentaram uma esquete para as crianças e, nas visitas ao abrigo de idosos, pretendem incluir a música na programação. Lá, a visita é diferente, de cara limpa, para facilitar a integração.
O grupo organiza também arrecadações de dinheiro, brinquedos, roupas e alimentos não-perecíveis. Todo o valor arrecadado é utilizado para comprar material necessário para as instituições e para enriquecer as ações. Para a primeira visita ao abrigo, por exemplo, eles compraram os ingredientes e prepararam uma lasanha para os idosos.
Apesar de cansativo, o voluntariado é recompensador. "A gente viu que podia ajudar e eu me sinto muito feliz com isso. Já encontrei tanta gente que me ajudou e ajudou minha mãe, e agora posso retribuir", conta Guardiana.