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Simulador auxilia aprendizagem sobre componentes do computador
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Um projeto desenvolvido pelo campus de Crato do IFCE em parceria com o campus de Aracaju do Instituto Federal de Sergipe (IFS) foi apresentado na semana passada no III Congresso sobre Tecnologias na Educação (CTRL+E), realizado em Fortaleza. Os estudantes Samuel Mendes e Lucas Fontes foram responsáveis por apresentar o CompSim, um ambiente virtual para aprendizado prático sobre os componentes dos computadores.
O projeto é desenvolvido no Laboratório de Sistemas Embarcados e Distribuídos (LEDS) do campus e coordenado pelo Professor Guilherme Esmeraldo, em parceria com o Laboratório de Estudos Avançados em Eletrônica, do Instituto Federal de Sergipe (IFS), coordenado pelo professor Edson Lisboa. "A proposta do CompSim é simular um sistema computacional, mas oferecendo diferentes recursos didáticos para o aprendizado dos conceitos aliado às práticas no simulador", explica Guilherme.
A ideia surgiu a partir de uma necessidade sentida por ele, que é professor de Arquitetura e Organização de Computadores, uma disciplina que trata dos hardwares, os componentes físicos de um computador. Ele percebeu que alguns conteúdos da área não eram trabalhados de forma adequada e os estudantes estavam com dificuldades no aprendizado. Por isso, resolveu testar diferentes simuladores, que garantiram uma pequena melhora no desempenho dos alunos. A partir daí, o professor analisou os simuladores que já existiam e teve a ideia de criar uma ferramenta personalizada para as aulas, mas ainda sem muitas pretensões.
"Ao mostrar o projeto para o professor Edson Barbosa, do IFS, nós percebemos que havia muito potencial nele. Na minha opinião, o projeto só alavancou graças à cooperação técnico-científica entre os laboratórios e institutos. Ter pessoas com perfis e visões diferentes sobre a mesma matéria, mas com os mesmos objetivos, nos trouxe todos esses resultados", conta o professor Guilherme. A parceria com o IFS, por exemplo, já dura um ano e meio.
O objetivo inicial era apenas suprir algumas necessidades da disciplina, mas a equipe do projeto já está desenvolvendo novas ideias para o CompSim. Ele foi recentemente integrado ao Arduíno, uma plataforma aberta de hardware pra projetos eletrônicos. "Isso significa dizer que o os estudantes podem sair do mundo virtual para criar projetos eletrônicos reais", como explica Guilherme.
O simulador é utilizado na disciplina desde o início do projeto, o que, segundo Samuel Mendes, permite obter o feedback dos alunos e realizar melhorias na ferramenta. Para Guilherme, já é possível perceber avanços na aprendizagem. Além de conseguir trabalhar melhor em sala de aula os conceitos necessários para a disciplina, ele conta que o sistema ajuda a motivar os estudantes: "É perceptível a mudança de postura deles em sala, buscando sempre acompanhar as práticas no simulador, discutir entre colegas e grupos e buscar novos caminhos para a solução dos problemas".
Congresso
Para Samuel, que quer seguir carreira acadêmica, a participação no congresso foi uma ótima oportunidade: "Apesar de não ser um evento de tecnologia, pois é voltado para a parte pedagógica, eu pude voltar com novos conceitos e muito aprendizado. Eu, particularmente, tenho interesse em seguir na área acadêmica, então o congresso possibilitou olhar para a educação sob novos pontos de vista, principalmente no que tange à educação por meio de tecnologias digitais".
Além da edição 2018 do CTRL+E, o trabalho já foi apresentado na edição 2017 do mesmo congresso, no Encontro Nacional de Computação dos Institutos Federais e em dois eventos internacionais nas áreas de microeletrônica e projetos de sistemas computacionais, o SBCCI e o SBAC-PAD. A pesquisa também já rendeu uma publicação no International Journal of Computer Architecture Education, em dezembro de 2017.