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IFCast #08 tira dúvidas sobre ensino remoto

ENSINO REMOTO

Confira o episódio no Spotify ou leia a íntegra da entrevista com a diretora de ensino
última modificação: 27/07/2020 10h42
Foto: divulgação Diretora de ensino do campus responde principais dúvidas

Diretora de ensino do campus responde principais dúvidas

"Ainda dá tempo de optar pelo ensino remoto? Se no meio do caminho eu perceber que não tá dando certo pra mim, posso desistir? E devo trancar meu curso? As aulas serão sempre por videoconferência? E as aulas práticas?"

Essas e outras perguntas sobre ensino remoto foram respondidas pela diretora de ensino do campus, Francisete Fernandes, no episódio 08 do IFCast Crato.

Você pode conferir o episódio no Spotify, no Deezer ou no Anchor.

O podcast é apresentado por Alissa Carvalho e Zósimo Mota e gravado e editado por Geo Brasil.

Confira a íntegra da entrevista:

Como o campus chegou à decisão de retomar as atividades de forma remota?
Francisete Fernandes: Essa decisão não foi tão simples. Foram basicamente dois meses de muita discussão até que a gente percebeu que, de fato, se não voltássemos agora, seria muito tempo para repor de forma presencial. Enquanto foi possível a gente aguardar o ensino presencial, nós tentamos, mas chegou o momento em que percebemos que não tinha previsão de retorno, e a instituição, o IFCE, emitiu uma portaria orientando que os calendários deveriam voltar.

Nesse período, já tínhamos discutido com os docentes como seria o retorno e como seriam os desafios e as dificuldades para realizar esse ensino remoto. Também já tínhamos consultado os discentes, por meio de uma consulta online, sobre as condições para a realização desse ensino remoto. Com base nessas informações, o campus optou por retomar de forma remota enquanto estivermos diante dessa situação de pandemia e até quando for possível voltar de forma presencial.

Outra questão importante é o receio de alguns estudantes de terem algum prejuízo na aprendizagem durante o ensino remoto. Que medidas estão sendo tomadas para minimizar possíveis prejuízos?

Francisete Fernandes: A gente tem consciência de que o ensino remoto não é EaD e é totalmente diferente do ensino presencial. A gente sabe que vai passar por um processo de adaptação. É possível que tenha um processo de rejeição. Já pensando em todos os desafios, esses não são os únicos, foi disponibilizada capacitação para os docentes, com relação à utilização das mídias, foi realizado um momento de discussão sobre a questão do ensino de forma remota, como podemos fazer isso, avaliar e planejar.

O IFCE está disponibilizando chips para quem não tem acesso à internet. Tem uma proposta também da distribuição de tablets, ainda estamos aguardando mais informações sobre essa distribuição. E a gente vai organizar as salas de atendimento ao estudante, realizado individualmente ou em grupo por cada um dos docentes e ainda temos as salas de atendimento da Coordenadoria Técnico-Pedagógica e da Coordenadoria de Assistência ao Aluno.

A gente vai buscar sempre ampliar os canais de comunicação e estar sempre avaliando o processo para tentar minimizar ao máximo os desafios que a gente sabe que teremos que enfrentar.

Se o estudante começar as atividades e perceber que por algum motivo não consegue continuar, pode desistir?

Francisete Fernandes: O que a gente tem orientado é que se o aluno aderiu ao ensino remoto e por alguma razão, durante o processo, ele sente que não é possível dar continuidade, é que ele aguarde até próximo ao final do período letivo para solicitar o trancamento da matrícula. Ao período do semestre letivo, vamos abrir um período de reabertura de matrícula, para que os alunos que trancaram possam solicitar o reingresso antes do início do período seguinte. É uma forma de não haver prejuízo com o resultado final de reprovação por falta ou por nota.

Esse aluno que não conseguiu se adaptar ao processo poderia trancar a matrícula, porque esse trancamento pode se dar a qualquer período. É importante que ele faça isso antes do final do período letivo.

Quem não optar pelo ensino remoto deve trancar o curso?

Francisete Fernandes: A gente não sugere trancar o curso agora. O que acontece: estamos vivendo uma situação de incerteza, então o nosso planejamento hoje é retomar dia 27 as aulas através do ensino remoto. Pode ser que em agosto a gente tenha uma modificação drástica na situação e seja possível voltar de forma presencial. Se o aluno trancar agora, ele não tem como retomar dentro do período letivo.Se você não aderiu ao ensino remoto, chegou próximo ao final do período letivo e a gente não voltou de forma presencial porque não houve condição, então você faz o trancamento. Nesse tempo, não será mais possível, mesmo que a gente volte presencial, que o estudante que passou boa parte do semestre ausente dê conta das aulas presenciais e remotas que vão ficar gravadas no ambiente.

Ainda é possível aderir ao ensino remoto?

Francisete Fernandes: O formulário vai ficar aberto até o dia 31 de julho para que os alunos que não responderam ou responderam "não" e queiram mudar sua escolha possam responder novamente. Depois dessa data, não será mais possível fazer a escolha pelo qacadêmico, mas se algum estudante quiser aderir depois dessa data, a orientação é que a sua escolha seja comunicada através do e-mail do registro acadêmico: cca.crato@ifce.edu.br

Existe alguma previsão de retorno presencial? E como será esse retorno presencial para os estudantes que optaram e para os que não optaram pelo ensino remoto?

Francisete Fernandes: A gente não tem essa previsão de retorno presencial ainda. O que nós temos é um trabalho de sistematização e planejamento de como será esse retorno presencial, mas uma data certa nós não temos. O instituto já começa a disponibilizar alguns documentos norteadores para esse retorno presencial, sugere-se a criação de um plano contingencial, mas nesse sentido é tudo a nível de construção. Não poderemos, no momento, voltar como era antes. A gente vai voltar, mas seguindo algumas orientações de segurança, possivelmente a gente não volte com todos os alunos e há uma grande probabilidade de voltarmos com o sistema de escala, mas tudo isso ainda está a nível de planejamento. Não tem nada definido e é importante que a gente possa ter paciência com relação a isso.

Para facilitar o acesso ao ensino remoto, o IFCE está distribuindo alguns sim cards de acesso à internet. Aqui no campus, essa distribuição começou na semana passada. Ainda é possível solicitar o chip? Quem não pôde pegar na semana passada, deve fazer o que para receber o seu?

Ainda é possível. A solicitação fica aberta até o dia 31 de julho, pelo link: bit.ly/IFCE-ChipNaMao, onde os alunos podem acessar, preencher as informações e solicitar o chip. O campus Crato entregou a primeira remessa nos dias 23 e 24 e pretende continuar entregando nos dias 30 e 31 de julho e na semana seguinte, nos dias 6 e 7 de agosto, sempre nas quintas e sextas-feiras pela manhã. Dependendo da quantidade de solicitações, vai ser feito um agendamento por dias e horários. Quem não pode vir pegar, pode vir depois. Entre em contato com a gente pelo e-mail diren.crato@ifce.edu.br ou pelo telefone (88) 3586-8170 e confirma os horários.

PERGUNTAS DOS ESTUDANTES

Clara Guerreiro: As aulas remotas serão o dia todo? Quando as aulas retornarem, as aulas práticas serão recuperadas?
Francisete Fernandes: Elas não serão necessariamente o dia todo. O docente pode optar por fazer online, ou seja, usar todo aquele horário da aula dele para fazer online junto com a turma. Isso fica gravado na sala e no ambiente virtual. Alguns docentes já sinalizaram que não pretendem fazer totalmente online: vão disponibilizar vídeos, orientações, textos. O que a gente orienta para o estudante: no horário da sua aula, se você puder estar presente para verificar, no ambiente virtual, s eo seu docente está fazendo online, faça isso na primeira semana, porque o docente também vai comunicar a forma como ele vai fazer a aula.

É provável que um professor ou outro queira fazer todas as aulas online, então ele vai usar aquele horário dele todo para fazer aquele trabalho, ou uma parte do horário, visto que a aula não é somente aquele momento expositivo, tem também as atividades. Ao longo da semana, eles vão explicar como vão fazer as aulas. Cada um vai colocar no mural a forma como pretende dar sua aula, se vai se dar totalmente online, por meio de vídeos, links. O importante é nunca deixar de acessar as salas virtuais das disciplinas em que você está matriculado.

Quanto às aulas práticas, a nossa previsão é: havendo retorno presencial, realizar as práticas junto desse período. Não havendo retorno presencial dentro do período letivo, os docentes já estão sendo orientados para tentar realizar o que for possível de atividades simulativas no ambiente virtual.

Osmildo Martins: Vai ser vídeoconferência ou apenas atividades?
Francisete Fernandes: Ressaltamos que pode ser uma ou outra, porque a aula sempre vai contemplar uma atividade que faz referência à frequência do aluno naquela aula. Toda aula semanal tem que ter momento de exposição do conteúdo e uma atividade, que vai servir para contar a frequência do aluno.

É importante ficar atento quando a atividade vai ser avaliativa ou não.

Isaac Oliveira: Como faço para trancar o curso?
Francisete Fernandes: Deixa para fazer isso próximo ao final do semestre letivo. Lá pelo final de outubro. Como isso vai ser feito: o aluno deve entrar em contato pelo email cca.crato@ifce.edu.br. Vai ser encaminhado um formulário, o aluno preenche e devolve no mesmo e-mail com a solicitação de trancamento de matrícula e a justificativa. O processo vai ser analisado e deferido. Após o término do semestre, a gente vai ter um recesso em que os alunos que trancaram devem fazer o processo de reingresso para, se for o caso, retomar no semestre seguinte.


João Ítalo: Como serão feitas as avaliações?

Francisete Fernandes: As avaliações vão se dar de forma online também. Existem diversas possibilidades de serem realizadas: podem se dar por meio de um formulário do Google Forms, com agendamento da data, pode se dar por meio de uma pesquisa, um seminário, produção de relatório. A avaliação ainda faz uso de várias das estratégias que estão no ROD. A gente não pode realizar de forma presencial, mas é provável que o docente coloque uma atividade que o estudante tem que responder que pode ser pesquisada, individual, em grupo. Ele pode agendar um momento para que os estudantes tenham um tempo determinado para devolver a atividade. O docente também vai explicar como fará essa avaliação, visto que ele tem autonomia dentro desse leque de possibilidades para realizar seu processo de avaliação.

Yohanna Sousa: Os alunos que não tiverem disponibilidade serão prejudicados quando normalizar?
Francisete Fernandes: Se voltarmos com o calendário presencial, as atividades presenciais, antes do término do período letivo, a orientação é que os estudantes que não aderiram ao ensino remoto possam retomar suas atividades de forma presencial e acessar as aulas que ficaram gravadas no ambiente virtual para assistir, responder as atividades, receber feedback dos docentes e fazer isso de forma concomitante. Ao mesmo tempo em que assistem às aulas presenciais, também acessar e assistir as aulas que estão gravadas no ambiente virtual. Isso é uma orientação caso a gente retome as atividades acadêmicas antes do final do período letivo.
O que penso a respeito: isso é possível de ser realizado desde que a gente consiga voltar no início do período letivo. Se isso se der muito próximo ao final do período letivo, vai gerar uma sobrecarga. Nesse sentido, o aluno pode fazer um trancamento, visto que o prazo vai ser muito curto para dar conta de aulas presenciais e aulas que estão há algum tempo gravadas no ambiente virtual. Mas isso tudo são situações que a gente ainda não tem uma definição clara, porque a gente pode voltar presencial nesse período letivo ou voltar apenas para o período seguinte.

Igor Sousa: Como serão recuperados os dias perdidos, principalmente com relação a provas, trabalhos, seminários...
Francisete Fernandes: Tem uma orientação do MEC que diz que a gente não precisa necessariamente trabalhar os 200 dias letivos, o que precisa é trabalhar a carga-horária dos cursos. Nós organizamos os calendários de forma que os docentes se sentissem tranquilos para realizar o conteúdo que faltava ser trabalhado. Para os cursos semestrais - Zootecnia, Sistemas de Informação e o técnico em Agropecuária subsequente -, o calendário ficou fechado com uma quantidade de dias letivos que falta para concluir realmente o semestre. A gente não reduziu isso. Já tinha sido trabalhada uma carga-horária, correspondente a um percentual de dias letivos, e o que a gente precisa é concluir essa carga-horária das disciplinas e do curso. Isso foi feito de forma que não há prejuízos para o número de dias letivos.

Para os cursos técnicos integrados, considerando que os estudantes também precisam dar continuidade, seguir em frente, quem vai sair no terceiro ano, a gente tentou ao máximo não prorrogar por demais o curso para 2021. Nós utilizamos todos os sábados letivos para dar conta dessa carga-horária desse curso, evitando fazer aulas em contraturnos, considerando que é necessário concluir essa carga-horária. Os cursos técnicos integrados terão aula de segunda a sábado, cada sábado letivo corresponde a um dia na semana e está relacionado a um horário de aulas. Foi uma forma que a gente encontrou para evitar colocar aulas em outros horários e ser possível completar a carga das disciplinas e do curso.

Como as aulas todas ficam gravadas, o estudante pode se organizar. Caso sua rotina não permita assistir às aulas pela manhã, por exemplo ele pode se organizar para abrir as aulas no turno da tarde e da noite e ver o que tem postado para aquela disciplina. Ele só precisa estar presente online nos momentos de atendimento da disciplina, em que ele pode tirar dúvidas com o docente, perguntar sobre atividades, sobre o conteúdo que foi abordado, alguma dúvida, alguma coisa que ele não entendeu. É nesse momento que ele pode ter uma conversa, um bate-papo online com o docente daquela disciplina.

Tudo isso é um processo novo. É preciso que a gente entenda que não vai ser igual ao presencial, não é educação à distância. É uma saída que a gente, como instituições de ensino, tem para esse momento de isolamento e de pandemia. É importante que a gente entenda que as coisas não serão perfeitas. A gente pode estar numa situação de problema com sinal de internet, não só o docente, mas também o discente. É preciso ser um pouco mais tolerante e paciente com esse momento que a gente vai viver, que é novo para todos. É um momento novo, de aprendizagem, mas entendemos que é passageiro. A gente não vai ficar nesse sistema, nesse processo. para sempre. É um processo que a gente entende como transitório. Vamos superar esses desafios que vão surgir por meio do diálogo, da conversa.