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Crato promove capacitação de produtores de leite

A ação é uma parceria com a Embrapa
última modificação: 20/10/2016 11h11

A terça-feira (18) foi palco de mais uma atividade do II Seminário sobre Produção Sustentável de Leite no Nordeste, que tem como objetivo capacitar produtores, estudantes e técnicos sobre o uso da palma forrageira como alternativa de alimentação de rebanhos leiteiros. Mais um fruto da parceria entre Embrapa e o campus, o evento promoveu um Dia de Campo para os interessados na temática.

Produtores de leite de vaca e estudantes puderam aprender mais sobre o plantio e o manejo da palma forrageira, o uso da planta na alimentação de bovinos de leite e sobre o gerenciamento de propriedades leiteiras. Eles receberam também material técnico adaptado ao nível de letramento do produtor. O Seminário encerra-se amanhã, com um curso sobre produção de leite no semiárido voltado para técnicos da Ematerce.

O produtor de leite Roberto Moreira saiu de Exu para participar do Dia de Campo. Ele afirma que aprendeu a forma correta de fornecer a palma para o rebanho, o que vai ajudá-lo a aumentar a produtividade de leite: "Eventos como esse são muito importantes para nós que produzimos leite e trabalhamos no dia a dia do campo, porque trazem muito conhecimento para a gente colocar em prática. Com certeza, saímos ganhando".

Palma forrageira
Apesar de o Brasil ocupar a quarta posição entre os países produtores de leite de vaca, o Nordeste é responsável por apenas 12,59% da produção nacional, desempenho considerado baixo. Segundo os pesquisadores, isso ocorre principalmente devido à alimentação deficiente dos rebanhos na época de seca. O Seminário é uma iniciativa para tentar mudar esse quadro e difundir alternativas de alimentação para produtores e técnicos.

Uma das organizadoras do evento, Elizabeth Nogueira, da Embrapa Gado de Leite, explica que a Embrapa, que pesquisa o tema, recomenda o uso da palma forrageira na dieta porque a planta se adapta às condições climáticas da região e traz benefícios para os animais: "A alimentação na condição do semiárido é um desafio, porque precisamos produzir alimento numa região em que a disponibilidade de água é restrita. A palma forrageira é reconhecida como ideal para a alimentação dos animais porque, além de ser uma excelente fonte de energia, acumula água. Então o animal precisa consumir menos água quando a palma está presente na dieta".

Mas os produtores precisam estar atentos, como disse Roberto, para a forma correta de utilizar a planta, que precisa ser associada a outras fontes de proteína e fibras e a outros volumosos na ração dos animais. A difusão desse conhecimento é justamente o objetivo da ação do IFCE e da Embrapa.

Parceria
A parceria com a Embrapa não é uma novidade no campus. Em 2016, por exemplo, outras sedes da instituição estiveram presentes no estande do IFCE na Expocrato. A parceria também desenvolve projetos contínuos de transferência de tecnologia e capacitação de produtores e de técnicos, semelhantes ao projeto da palma forrageira. Elizabeth Nogueira afirma que o campus abrigará uma unidade de referência tecnológica para o uso da palma na alimentação dos rebanhos.

O professor Abner Girão faz parte da comissão do campus que organizou o evento. Para ele, essa é uma das maneiras de levar ao produtor as pesquisas desenvolvidas. "É uma cooperação válida para as duas instituições, do ponto de vista de conhecimento, de difusão de tecnologia, para o aluno [dos cursos do campus] e o produtor. Ajuda a aprimorar e melhorar a condição de vida de uma forma geral, principalmente na região Nordeste."