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Projeto em Crateús difunde tecnologias agroecológicas extensivas
A transformação de resíduos orgânicos em adubo e defensivos naturais para a produção agrícola pode ser um importante aliado no desenvolvimento agropecuário local. É com base nisso que o campus de Crateús iniciou as atividades de um projeto de extensão no Assentamento Dom Fragoso Marinheiro, no município. O propósito da iniciativa é promover a inclusão social, a melhoria das condições de vida, de trabalho e de renda dos agricultores familiares.
O trabalho intitulado “Transferência de Tecnologias Agroecológicas no Assentamento Dom Fragoso Marinheiro – Casa Nova - Crateús” tem como base três tecnologias alternativas voltadas para esse processo: a compostagem, a partir da reciclagem do lixo orgânico e de estercos; a vermicompostagem (produção de húmus a partir da minhoca); e a elaboração de defensivos naturais.
A primeira atividade do projeto, iniciado em julho deste ano, consistiu na sua apresentação aos assentados. Em seguida foi feita uma seleção dos agricultores para receberem o treinamento voltado para a aplicação das tecnologias.
De acordo com o professor Luis Nery, coordenador do projeto, além dos benefícios diretos aos agricultores atendidos, a expectativa é que ele traga resultados do ponto de vista acadêmico, tais como a produção bibliográfica (artigos e trabalhos científicos), apresentação de trabalhos em eventos científicos e tecnológicos; desenvolvimento de material didático ou instrucional (cartilhas, manuais e folders); desenvolvimento de produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis (desenvolvidas na interação com a comunidade e que represente efetivas soluções de transformação social).
Contemplado com recursos do Programa Institucional de Apoio a Projetos de Extensão (PAPEX), do IFCE, o projeto conta com três alunos bolsistas (Natanael Portela Machado, Antonio Gilvan da Cruz de Sousa e Osdinéia Dioícia) e um voluntário (Juraci de Araújo Lopes), que farão o treinamento dos agricultores e o acompanhamento do trabalho prático.
Técnicas aprimoradas
O reaproveitamento de resíduos orgânicos como adubo na produção agrícola não é novidade para os bolsistas do projeto. Afinal, eles já testemunharam desde pequenos as práticas rudimentares utilizadas pelos pais e avós na produção de compostagem. A participação no projeto, contudo, tem possibilitado o acesso a procedimentos com base científica que pode ampliar os resultados da aplicação dessas tecnologias.
Para o bolsista Antonio Gilvan, aluno dos cursos de Agropecuária e Zootecnia, isso lhes dá maior suporte para cumprir um papel social no compartilhamento desses conhecimentos. “É justamente por isso que a gente está pegando desde o começo, para poder ajudar quem vier procurar, quem se sentir interessado pelo projeto, e assim, a gente poder beneficiar essa pessoa”.
A vocação para trabalhar com pesquisa além do intuito social dessas tecnologias também motivou o estudante Juraci de Araújo Lopes, do curso técnico em Agropecuária, que se engajou no projeto como voluntário. Nessa iniciativa ele visualizou a oportunidade de acessar um conhecimento que há tempos ansiava: “Me chamou a atenção a questão de trabalhar com agricultura familiar e também a produção de húmus que eu sempre quis conhecer (...), mas nunca tive a oportunidade de pegar no pesado, de fazer tudo do começo até o fim”.
Elinaldo Rodrigues – Campus de Crateús