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Projeto cria peixes em água que seria descartada

Parceria do IFCE com comunidade de Jaguaretama já traz bons resultados
última modificação: 30/11/2017 11h17
Moradores da comunidade atendida pelo projeto de extensão

Moradores da comunidade atendida pelo projeto de extensão

Um projeto de extensão tem melhorado a vida de uma comunidade em Jaguaretama, a cerca de 200 quilômetros de Aracati. Com uma grande quantidade de água salobra gerada por um processo de dessalinização, a prefeitura do município procurou o campus de Aracati na tentativa de aproveitar pelo menos parte do recurso que seria descartado. O resultado foi uma parceria, iniciada em maio deste ano, para criação de peixes.

“Nós pensamos em cultivar inicialmente a tilápia do Nilo, uma espécie exótica que se adaptou muito bem ao clima do semiárido nordestino e que pode ser cultivada numa salinidade relativamente alta”, diz o professor Glacio Souza, coordenador do Curso Técnico em Aquicultura, que elaborou o projeto. “A partir disso nós doamos periodicamente dois mil peixes para a comunidade e, até o momento, o crescimento é fenomenal”, comemora. “Os peixes, com 74 dias, estavam com cerca de 130 gramas de peso médio, que é um crescimento muito melhor que a média encontrada em fazendas de cultivo de peixes”.

A originalidade do projeto também chama a atenção. “Com a seca, a produção de tilápias foi praticamente interrompida naquela região, e hoje nós estamos produzindo esse pescado”, diz o professor Glacio Souza. Para atender mais rapidamente à demanda da comunidade, a solução encontrada pela equipe do IFCE foi aproveitar os peixes ainda pequenos e fazer o que eles chamam de sardinhagem. “Nessa técnica nós pegamos um animal de cerca de 100 g de peso médio e fazemos o cozimento dele por pressão. Com esse produto nós fazemos uma carne de peixe”, explica.

No final do mês de julho, moradores da comunidade de Torrões, onde o projeto é realizado, participaram de um curso de beneficiamento de pescado para aprender a utilizar a carne de peixe em diferentes pratos. A formação foi ofertada por alunos do Curso Técnico em Aquicultura do IFCE, e contou com a participação de moradores e de merendeiras de uma escola da região.

No convênio, cabe ao IFCE realizar a doação dos alevinos, monitorar o crescimento dos peixes, orientar a comunidade em relação à alimentação dos animais e à melhor forma de consumo, além de promover o cultivo de outros organismos aquáticos viáveis economicamente. Já a prefeitura investe na ração dada aos peixes e no transporte e hospedagem de professores e alunos do IFCE para visitas mensais à comunidade. De acordo com o professor Glácio Souza, outras comunidades de Jaguaretama já manifestaram interesse de participar do projeto, por conta do grande impacto econômico e social que a iniciativa gerou.