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Cartilha apresenta tecnologia alternativa para tratamento de esgoto

O protótipo utiliza plantas aquáticas e tem baixo custo, com potencial para beneficiar comunidades em zonas rurais
última modificação: 18/06/2021 09h26

O Eixo de Ambiente, Saúde e Segurança do campus de Sobral do IFCE lançou a cartilha educativa "Importância dos Sistemas Sustentáveis de Biotratamento de Efluentes". O produto foi elaborado pela estudante do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Maria Lení Oliveira, com orientação e coordenação do professor Francisco Amilcar Moreira Junior.

A publicação apresenta as vantagens e a importância de uma tecnologia alternativa para tratamento de esgoto doméstico em comunidades rurais, intitulada Sistema Sustentável de Biotratamento de Efluentes Via Fluxo Contínuo e por Acoplamento Vegetal e Bacteriano (SBVB). "Constitui-se em reservatório (com tampa) que armazena efluente bruto, situado acima de um suporte, no qual, com auxílio de torneira, transporta o esgoto com destino a uma sequência de tubulações, onde o líquido passará pelo processo de biotratamento. Em suas divisões internas, contêm o material inerte (pedra brita e/ou pedrisco), onde estará presente o biofilme bacteriano, assim como espaços ao longo da tubulação para a fixação de sistemas radiculares, que, em conjunto, contribuirão para o polimento final do efluente a nível de remoção de matéria orgânica e de nutrientes", informa o texto da cartilha.

O sistema utiliza plantas aquáticas no tratamento de esgotos, com suas raízes atuando como filtros, absorvendo nutrientes, degradando matéria orgânica e removendo contaminantes. Com isso, há também um beneficiamento da flora presente no ambiente, em termos paisagísticos, de opcionalidade de reaproveitamento em jardinagem e de mitigação da poluição visual. O professor Amilcar Moreira Junior explica que a tecnologia alternativa encontra-se em fase de protótipo. Por conta da pandemia pela COVID-19, não foi possível ainda realizar testes específicos sobre a eficácia, em virtude da necessidade da prática de biossegurança e de proteção sanitária aos pesquisadores durante esse período de isolamento social.

Mesmo com as limitações, foi possível, na cartilha, indicar os materiais necessários para montagem, apontar os procedimentos a serem feitos e explicar o devido funcionamento, de uma forma simples e prática. O sistema tem como vantagens o baixo custo de implantação, operação e manutenção e a simplicidade no manuseio. Entre os objetivos da publicação estão fomentar a sensibilização, a conscientização e a educação sobre as questões ambientais; demonstrar, às pequenas comunidades, a possibilidade de acesso a tecnologias de tratamento de efluentes ecologicamente corretas e economicamente viáveis; maximizar o interesse acadêmico pelos estudos em busca de tecnologias em saneamento ambiental de baixo custo como forma inovadora; e incentivar a prática do reuso de água de forma a combater o desperdício e contribuir para o cuidado e a responsabilidade ambiental.

"Espera-se que a cartilha sirva de estímulo para difundir com maior ênfase o uso de tecnologias inovadoras acessíveis à população mais vulnerável, com enfoque nas áreas rurais, para que os impactos negativos causados pelos despejos inadequados de efluentes possam ser mitigados, evitando a poluição e contaminação de mananciais", escreve a autora Maria Lení Oliveira.

A cartilha mostra-se importante como estímulo para tecnologias de saneamento inovadoras, menos onerosas, mais eficientes e que sejam adequadas à realidade das populações de baixa renda e de zonas rurais. A escassez hídrica provocada pela falta de saneamento básico é um grande obstáculo, pois muitas vezes a qualidade da água é comprometida, o que resulta em sérios problemas ambientais e de saúde pública, sendo a adoção de novos mecanismos sustentáveis uma opção de auxílio a esses desafios.

Acesse a cartilha aqui.

Tiago Braga - campus de Sobral