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Juazeiro promove atividades no Novembro Negro
O campus de Juazeiro do IFCE concluiu ontem a programação do Novembro Negro. A coordenadora especial de políticas públicas para promoção da igualdade racial do Estado do Ceará, professora Zelma Madeira, ministrou oficina para servidores e alunos do campus sobre heteroidentificação, que é um procedimento complementar à autodeclaração dos candidatos negros, para fins de preenchimento das vagas reservadas nos concursos públicos federais. Heteroidentificação é a identificação feita por terceiros da condição autodeclarada.
A professora Zelma proferiu palestra na quarta-feira (27) sobre políticas afirmativas, cotas e comissões de heteroidentificação. Ela explicou que neste caso, as políticas afirmativas se configuram como políticas específicas de promoção da igualdade racial para realizar ações que contemplem grupos que foram historicamente discriminados. "Assim nós fazemos uma aposta de ter uma política, uma reserva de vagas, uma concorrência entre iguais, entre essas populações que estão em desvantagem para fazer essas correções na sociedade. A sociedade brasileira é campeã em desigualdades e em desigualdades raciais e esse racismo retira a oportunidades desses grupos. Então queremos uma ação afirmativa, que promove a igualdade racial, a justiça racial, reservando vagas para essa população", disse.
Ela destacou que o racismo é estrutural, ou seja, se coloca de forma quase naturalizada na sociedade, se espalha em todas as instituições, está na família, na escola, em todos os espaços e requer atitudes profundas. "Esse racismo não é de pequena monta, não está só no campo das relações interpessoais, ele estrutura a formação social brasileira, que tem um nó que não desatou, que é o nó da questão racial, que é o preconceito, que vai naturalizando as posições de desvantagens de negros e negras ocupando lugares de menor qualificação ou de desvantagem", disse.
Zelma enfatizou que para o enfrentamento desse racismo são essenciais políticas públicas transversais e específicas de igualdade racial, ações repressivas também, pois o racismo é crime e deve ser tratado como tal, além disso, é fundamental potencializar a educação, ensinando a sociedade a não ser racista e a respeitar a memória, diversidade e história dos povos.