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Docente apresenta descoberta de fóssil de invertebrado no Peru

O professor do campus de Jaguaribe fez a apresentação no IX Congresso Latinoamericano de Paleontologia
última modificação: 07/10/2016 09h06
Professor de Jaguaribe apresenta descoberta em Lima, capital do Peru

Professor de Jaguaribe apresenta descoberta em Lima, capital do Peru

O paleontólogo e professor do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do campus de Jaguaribe do IFCE , Felipe Augusto Correia Monteiro, apresentou à comunidade científica presente ao IX Congresso Latinoamericano de Paleontologia, realizado entre 19 e 24 de Setembro, em Lima, no Peru, estudo sobre fóssil recém-descoberto do gênero de invertebrado marinho Petalobrissus, um tipo de bolacha-da-praia, do grupo dos equinodermos, possuindo uma relação direta com ouriços, pepinos e estrelas-do-mar.

A pesquisa é fruto de um esforço conjunto com a professora e pesquisadora Dr.ª Helena Matthews-Cascon, integrante do Laboratório de Invertebrados Marinhos do Ceará (LIMCE) e do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a Me. Jessika Alves e a prof.ª Dr.ª Elizabeth Neves, pesquisadoras do Laboratório de Invertebrados Marinhos (LABIMAR) e do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

O espécime foi analisado durante as atividades de curadoria feitas a partir de material depositado em uma das coleções de invertebrados do LIMCE, localizado no Departamento de Biologia da UFC. O fóssil foi coletado em pesquisas de campo na região do município de Governador Dix-Sept Rosado (RN), na área geológica denominada Formação Jandaíra, parte da Bacia Potiguar - que engloba os estados do Rio Grande do Norte e Ceará.

O professor Felipe Monteiro explica que a espécie é inédita e aponta para caminhos avançados nos estudos paleontológicos. “Sua presença, assim como a de fósseis de outros organismos marinhos, ajuda a entender as mudanças climáticas e ambientais ao longo das eras, demonstrando que o ‘sertão já foi mar’”, parafraseia o paleontólogo, remetendo à célebre frase do livro Os Sertões, do escritor carioca Euclides da Cunha.

Segundo o pesquisador do IFCE Jaguaribe, a paleontologia brasileira está se expandindo com o estabelecimento de novos pesquisadores e centros de estudos. “Fósseis brasileiros representam um patrimônio cultural e devem ser preservados. Sua participação em ações educativas e culturais pode ajudar no desenvolvimento econômico de regiões carentes através da implantação de centros de visitas, museus, excursões a monumentos naturais e outras atividades de turismo e recreação. Isso já ocorre, por exemplo, na região do sertão do Cariri, com o Geopark Araripe, que possui apoio da UNESCO.”

Felipe Monteiro adverte que o tráfico de fósseis brasileiros é um dos principais prejuízos ao patrimônio e à paleontologia brasileira. “Nossos fósseis muitas vezes representam achados importantes que ficam fora do alcance de pesquisadores brasileiros que não possuem recursos para ir observá-los em museus de todo o mundo, instituições estrangeiras que ficam mais valorizadas por essas novas descobertas em detrimento de nossos museus nacionais”, pontua, descrevendo os avanços dos estudos em paleontologia no estado.

O professor Felipe Monteiro agradece o apoio fornecido pelo IFCE e seus colegas de trabalho, na assistência e concessão de condições necessárias para sua participação no evento internacional, ciente da dimensão dessa pesquisa. “Incrível perceber, em um congresso internacional na América Latina, o quanto o pesquisador brasileiro é importante para a paleontologia em nível internacional”, ressalta.

A página do evento pode ser acessada através do link http://ixcongresopaleo.com/inicio/

Por Atila Bezerra - campus de Jaguaribe