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Estudante de Caucaia desenvolve cubo químico em braile
INCLUSÃO
Inovar para incluir. Com este pensamento, o estudante Ronaldo Lima Carneiro, da Licenciatura em Química do campus de Caucaia, criou o “Cubo químico em braile”. O projeto consiste em materiais no formato de cubos focados para o aprendizado de Química. Os cubos trazem informações em braile sobre a identificação de todos os elementos químicos de cada família da tabela periódica.
O projeto foi desenvolvido durante a pandemia e conquistou o terceiro lugar na modalidade “Prática Educacional Inclusiva”, no Prêmio IFCE Inclusivo 2021, durante o VII Encontro dos NAPNES (Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas), realizado no campus de Maracanaú. “Após assimilar a leitura de cada família da tabela periódica, o deficiente visual também vai conseguir aprender as ligações químicas, conteúdo que também está nos cubos”, explica o estudante.
Ronaldo foi bolsista do Pibid, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, que incentiva a prática docente pelos estudantes das licenciaturas, tanto no aspecto acadêmico, por meio de estágios com turmas do ensino médio de escolas públicas, quanto financeiro, pelo recebimento de bolsa de iniciação à docência. “Eu realizei minhas atividades do Pibid com estudantes do próprio campus de Caucaia, durante a pandemia”. Além do desenvolvimento do projeto do Cubo, ele também ministrou aulas virtuais tira-dúvidas e atuou no preparatório dos alunos para o Enem.
O professor Eduardo Arruda Rodrigues, coordenador da área de Química do Pibid em Caucaia, ressalta o papel do programa para o desempenho do projeto. “O sucesso desse projeto é fruto desse maravilhoso programa que é o Pibid, do qual, na Licenciatura em Química, faziam parte 30 alunos do campus; três supervisores que receberam dez alunos cada; e eu como coordenador”. O docente ressalta que durante os 18 meses de vigência do programa, várias reuniões foram realizadas e que um dos focos era o desenvolvimento de projetos voltados para a inclusão. “O estudante Ronaldo foi bastante importante nesta parte inclusiva. Ele fez diversos trabalho e dentre eles, o cubo químico.”
O professor João Henrique Silva Luciano, da Licenciatura em Química do campus, foi o supervisor do estudante no Pibid e acompanhou o desenvolvimento do projeto. “O Cubo químico em braile é, sem dúvida, consequência de tal incentivo do Pibid, que encontrou no seu idealizador a perspicácia e a disposição para desenvolvê-lo e aplicá-lo. O Ronaldo está sempre tendo novas ideias! A premiação no evento foi um reconhecimento a esta característica dele e serve, para além da conquista pessoal, de incentivo aos demais estudantes da Licenciatura em Química”.
De acordo com o docente, o ensino de química a estudantes com necessidades específicas ainda é um grande desafio, e a importância do projeto é oferecer uma ferramenta para auxiliar nesse processo de aprendizagem. “O uso do Cubo químico em braile contribuirá diretamente para que conceitos fundamentais relacionados às ligações químicas e reações químicas, por exemplo, sejam mais difundidos, alcançando estudantes que poderiam não ter acesso a eles”, explica.
O desenvolvimento do projeto contou com a parceria do NAPNE do campus de Caucaia, do qual o estudante faz parte como membro discente. “Ronaldo é um excelente estudante que participa das ações do NAPNE e consta como membro discente em portaria de composição do Núcleo há anos. O projeto desenvolvido por ele foi feito com grande autonomia, na elaboração e nas buscas por instituições para avaliar junto a pessoas cegas a aplicabilidade do recurso didático-pedagógico inclusivo”, ressalta a coordenadora do NAPNE em Caucaia, professora Luciene Cássia Corrêa de Sousa.
O estudante já trabalha em uma nova fase do projeto, desta vez, com testes de produção dos cubos na impressora 3D no Laboratório de Automação do campus, com o apoio do professor José Tarcizio Gomes.
Confira a seguir matéria em vídeo com o estudante: