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Projeto é alternativa contra agrotóxicos em Tianguá
Existem mais de 90 doenças na cultura do tomateiro, destaque na produção agrícola da região da Serra da Ibiapaba. Um grande vetor dessas doenças é a mosca branca (Bemisia tabaci). Para superar esse problema de uma maneira mais sustentável, está sendo desenvolvido no campus avançado de Tianguá do IFCE um projeto que propõe o combate da praga por meio do uso de Tephrosia toxicaria, planta conhecida popularmente como "timbó" e já utilizada na região como defensivo agrícola natural. A planta possui substâncias químicas conhecidas como rotenóides, que apresentam atividade inseticida e que devem ser capazes de exterminar a mosca branca.
A técnica, que é totalmente orgânica, já é utilizada em algumas unidades produtoras da região, que não utilizam agrotóxicos, que são compostos tóxicos. O projeto, que propõe uma alternativa sustentável no cultivo agrícola, foi aprovado junto ao Programa de Aperfeiçoamento para pessoal de Nível Superior (Proapp) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O coordenador do projeto, professor Jackson Nunes, da área de química do campus avançado do IFCE em Tianguá, já tinha estudado a planta no combate às larvas do Aedes aegypti, em seu Mestrado e Doutorado na UFC. Adequando a realidade da região da Ibiapaba, que tem na vocação agrícola o seu forte, o professor dá continuidade às pesquisas no combate à mosca branca no cultivo do tomateiro. O projeto está numa fase inicial de execução. "Contando com o apoio dos produtores locais, que nos doaram as sementes, produzimos as mudas e estamos cultivando mais de 200 pés de Tephrosia no campus avançado. Também plantamos os tomateiros e já tivemos algumas colheitas", destacou o pesquisador.
A parte prática da pesquisa acontecerá em fase posterior, após chegar o momento certo da colheita dos pés de Tephrosia. Dentre as vantagens de se utilizar o produto orgânico estão a sustentabilidade ambiental no cultivo agrícola, além do baixo custo na sua aquisição. A ideia é, depois da fase de pesquisa, apresentar resultados concretos aos produtores e empresários da região para a disseminação da técnica, com comprovação científica.