Notícias
Núcleo atua na inclusão de alunos com necessidades específicas
Levantando e balançando as mãos, sinais do aplauso em libras, o público presente na última colação de grau do campus, em setembro deste ano, homenageou a egressa Benedita Eleneide da Silva, formanda do curso superior de Irrigação e Drenagem. Ela foi a primeira aluna deficiente auditiva a se formar no IFCE em Sobral. “Foi a realização de um sonho que, até algum tempo atrás, não imaginava que conseguiria. Meu sentimento agora é de gratidão a Deus por tudo até aqui e de esperança de ver o IFCE mais acessível para futuros alunos na mesma situação que a minha”, declara.
Durante sua trajetória acadêmica, Benedita foi acompanhada pela equipe do Núcleo de Acessibilidade às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) do campus. “O NAPNE foi de extrema importância, recebi todo apoio na minha busca por acessibilidade, com o núcleo sempre buscando encontrar algo para me incluir, de acordo com minha necessidade. Tudo isso foi o que me permitiu permanecer até finalizar o curso”, diz.
Formado atualmente por 10 integrantes, entre professores, técnicos administrativos e estudantes, o NAPNE é responsável pela coordenação das atividades ligadas à inclusão e à acessibilidade, com o objetivo de disseminar uma cultura da “educação para convivência”, buscando, principalmente, a quebra de barreiras arquitetônicas, comunicacionais, educacionais e atitudinais.
A coordenadora do NAPNE, professora Michelle Arrais Guedes, que também possui deficiência auditiva, explica como o núcleo funciona na prática. “Primeiramente, o NAPNE faz uma acolhida com os alunos novatos que possuem alguma necessidade específica. Marcamos um momento de entrevista, para coletar informações, saber se precisa de algum profissional que dê assistência durante as aulas, se precisa de alguma adaptação estrutural”, exemplifica.
Atualmente, são trinta os estudantes que relataram ter algum tipo de deficiência. Além desse contato com os alunos, o núcleo atua na organização de eventos sobre inclusão e acessibilidade, voltados para toda a comunidade acadêmica. “O NAPNE é muito importante para uma instituição como a nossa. Há uma necessidade de suporte dentro da sala de aula, de aconselhamento com os professores, que, muitas vezes, não sabem lidar com pessoas com deficiência, é preciso estratégias pedagógicas. São muitos desafios e barreiras a superar”, explica Michelle. Uma das próximas ações será a criação de um manual voltado para a educação superior, sobre como lidar com alunos cegos em sala de aula e em outros espaços da instituição.
Mais informações sobre o NAPNE do IFCE Sobral: clique aqui.
Tiago Braga - campus Sobral