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Submissões de projetos crescem cerca de 50%

INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Mais servidores e maior articulação entre as gestões são os responsáveis pelo crescimento
última modificação: 02/05/2018 15h30
Evolução de editais PIBIC, PIBIC JR e PIBITI

Evolução de editais PIBIC, PIBIC JR e PIBITI

A pesquisa de iniciação científica no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará tem tido um avanço representativo com o aumento do número de submissões de projetos nos últimos anos, revelam dados da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFCE. Segundo o chefe do Departamento de Pesquisa da PRPI, Wendell Rodrigues, a chegada de professores e técnicos e uma maior articulação entre as gestões e os campi possibilitaram que mais projetos de iniciação científica fossem submetidos para avaliação pela PRPI, pelas agências de fomento – CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Funcap (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Para Wendell Rodrigues, vêm sendo os diferenciais a qualificação dos docentes e técnicos, a comunicação direta com o pesquisador, a divulgação e participação constante em eventos científicos locais, em outros estados e países e a modernização da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação. “Tudo isso junto se refletiu em benefício, em números. Esses números demonstram que a quantidade de submissões de projetos de pesquisa de iniciação científica no Instituto Federal do Ceará teve um aumento anual de cerca de 50%”, explica o chefe do Departamento de Pesquisa da PRPI.

Se forem levados em consideração os anos de 2016 a 2018, por exemplo, o aumento percentual é de 100%, revelados através de um aumento gradativo do número de submissões, pontua o gestor da PRPI. “Em 2017, a gente sai de 161 para 253. Em 2018, chegamos a 322. Esse crescimento foi natural com a chegada de servidores docentes e técnicos, que passaram a fazer parte de nossos quadros por meio de concursos públicos, e pela sistematização da PRPI no tocante aos projetos, com sua modernização nos últimos anos em relação ao recebimento das propostas. A gente pode ver que os números cresceram devido a um trabalho anterior em consonância com o atual”, explica Wendell Rodrigues.

Se, por um lado, a crise que o país vivencia atingiu diretamente o financiamento de bolsas de pesquisa - um dos primeiros setores a enfrentar cortes de recursos em nível nacional - por outro, considera o gestor de pesquisa, o Instituto Federal do Ceará buscou de todas as formas gerenciar recursos para que não houvesse prejuízos às pesquisas e demais atividades acadêmicas de ensino e extensão. “Mesmo que esteja vivendo um momento de crise, que veja a quantidade de bolsas disponíveis serem cada vez menores, a gente tenta sempre atender a demanda.”, afirma Wendell Rodrigues.

Resultados da qualificação

Para o gestor de pesquisa do IFCE, entre os pontos principais a serem levados em consideração, quando são tratados os números significativos de mais projetos de pesquisa submetidos às avaliações, a qualificação dos antigos e novos servidores é um dos maiores diferenciais. “Não apenas os que ingressaram através de concurso público, mas também os que estavam em capacitação e retornaram, voltando com interesse de desenvolver pesquisas.”, expõe. “Outro ponto é a transparência que a PRPI vem oferecendo aos pesquisadores, para que eles possam computar as informações, tenham acesso às declarações mais facilmente. Essas declarações se somam à justificação de carga horária acadêmica dedicada à pesquisa. Esse conjunto de fatores permitiu essa demanda maior pela submissão de projetos”, complementa.

Exigências normativas

Os níveis de exigências para que os projetos sejam aceitos estão cada vez maiores. Os editais determinam que apenas a submissão não garante que o pesquisador seja classificado para receber a bolsa. Segundo Wendell Rodrigues, “não é simplesmente a questão de ser contemplado, mas, sim, de estar apto a receber. Na seleção dos projetos, a primeira etapa é o deferimento, para constatar os que atendem às solicitações do edital, podendo ser deferidos ou não. A segunda etapa, por meio de avaliações de membros externos ao IFCE, de pesquisadores de fora do estado, que fazem avaliação ad hoc, ou seja, uma avaliação idônea e independente de cada projeto, que vai receber uma nota”, afirma. Segundo ele, parte-se primeiramente da avaliação do currículo da Plataforma Lattes do CNPq. Analisando-se esses documentos, são atribuídas pontuações. “Essa pontuação vai permitir a ordem de classificados. No momento em que temos essa classificação, veremos o quantitativo de bolsas que nós temos disponíveis, que podem ser tanto bolsas do IFCE, quanto bolsas da Funcap e do CNPq”, afirma.

Gestão IFCE

Wendell Rodrigues exemplifica a constante ação gestora do IFCE para o atendimento de bolsas de pesquisa e sua distribuição. “Em termos quantitativos, por exemplo, vamos partir do número de 322 submissões. Digamos que na ordem de 260 sejam classificados. O que é feito: a gente tenta atender os 260. Soma o quantitativo que o CNPq e a Funcap oferecem. Este número do CNPq é na faixa de 30 a 50 bolsas para cada edital (somando as cotas do PIBIC, PIBIT e PIBIC Jr), com inclusão de parte das bolsas com recursos da Funcap, que tem um programa de fomento de iniciação científica às instituições de nível superior. Mas, um número significativo das bolsas a gente tenta atender com recursos próprios, do orçamento do IFCE. A gente tem conseguido uma média de mais da metade disto com recursos nossos. Ou seja, destes 260 que foram classificados, digamos que tenhamos conseguido com recursos externos atender cerca cem bolsas. Daí, a gente tenta com recursos do Instituto fechar o número total”, afirma.

Ensinos Médio e Superior

Para compreender um pouco mais como funciona o apoio à iniciação científica no IFCE, levam-se em conta as configurações distintas entre PIBIC, PIBIC Jr e PIBIT, atendendo as diferenciações dos iniciantes à pesquisa. Enquanto o PIBIC Jr atende aos alunos que estão tendo o primeiro contato com a pesquisa no ensino técnico, o PIBIC e o PIBIT são direcionados aos estudos científicos e de inovação e tecnologia de estudantes do ensino superior - de bacharelado, licenciatura ou tecnológico. “Na prática, entre o PIBIC e o PIBIT, em termos de aluno, há um mesmo perfil, tem de ser nível superior, estar na graduação.”, explica Wendell. “Mas o que caracteriza essa diferença é o esboço do projeto que o aluno vai trabalhar, o tipo de trabalho que ele vai efetuar. No PIBIC o escopo do projeto é muito mais científico, muitas vezes do que se chama de uma ‘pesquisa pura’, no sentido restrito. No PIBIT, a configuração é mais ‘técnica’: ele vai produzir um protótipo, desenvolver uma ferramenta, vai desenvolver um software. É bem mais, muitas vezes, de uma ‘inovação aplicada ao mercado’.”

Instituto, Ciência e Sociedade

Desenvolver a pesquisa através da iniciação científica desde o ensino médio, passando pela graduação até a pós-graduação, desencadeia em avanços técnicos, científicos e tecnológicos para o desenvolvimento social, econômico e cultural do estado e do país. “O que a gente observa, como gestor de pesquisa institucional é que, nas diversas áreas que nós temos no IFCE - ciências agrárias, ciências de alimentos, ciências biológicas, entre inúmeras outras - cada pesquisa dessas tem feito o diferencial na região em que ela acontece. São centenas de pesquisas que o IFCE desenvolve. Isso traz, realmente, um diferencial do que está acontecendo muitas vezes nos estudos de professores e alunos, mas que vão beneficiar toda uma comunidade. Começa na iniciação científica do ensino médio, vai para a graduação, depois vira um aluno de mestrado, depois vira um aluno de doutorado. Ou seja, tem todo um conjunto de consequências positivas para a sociedade, a partir de um projeto de iniciação científica que surgiu com um aluno ainda no ensino médio”, afirma o gestor do IFCE.