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Palco da Bienal tem do barroco ao choro

ATRAÇÕES

Composições eruditas e populares dividiram a atenção do público no segundo dia de programação
última modificação: 01/12/2018 21h45

Foi ao som das músicas compostas por Zé Menezes, cearense de Jardim, na região do Cariri, que dona Maria das Dores da Silva se levantou da plateia e caiu na dança, ao som do Choro Grande Banda, da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Nesta sexta-feira (30), o grupo abriu a programação do segundo dia de apresentações musicais da Bienal Internacional de Música do IFCE Paulo Abel do Nascimento. "Achei lindo. Gostaria que sempre tivesse pra gente vir, esfriar a cabeça, esquecer os problemas", disse sem esconder a simpatia dona Maria das Dores.

Dona Maria das Dores é aluna do EJA 2 da Escola Municipal Almerinda Albuquerque, localizada no São João do Tauape, em Fortaleza. Hoje, a aula foi na Bienal, com direito a palco, luz e peças de compositores como Pixinguinha, Maurício Carrilho e Luiz Gonzaga. Para o professor Hobson Cruz, trazer dona Maria das Dores e a turma para a Bienal é ampliar os horizontes da formação cultural de quem, mesmo depois de vários anos longe da escola, não deixou de acredita na educação. "São alunos que não tiveram oportunidade de estudar no período regular. É uma faixa etária que vai até os 70, 80 anos. É uma oportunidade para que eles tenham acesso aos bens culturais que o IFCE está promovendo", explicou o docente.

Já Paulo Filho viajou 220 quilômetros para poder acompanhar pela primeira vez na vida uma bienal de música. Aluno do primeiro semestre do curso técnico em Instrumento Musical do IFCE campus Tabuleiro do Norte, Paulo dedicou a última década ao violão. O que era um hobby, tornou-se instrumento de estudo. Na noite dessa sexta, acompanhou da primeira fila não só a apresentação do Choro Grande Banda da Uece, como também o grupo Doce Flauta Doce e a Camerata de Violões, ambos do IFCE. "É a primeira vez que eu participo. A partir dessa Bienal, eu vou pegar mais no violão. Se eu estudo uma hora por dia, vou estudar duas horas ou mais", fala motivado.

APRESENTAÇÕES
Ao longo de mais de três horas de apresentações, uma complexa variedade de ritmos esteve presente no palco da praça Carlos Torres Câmara, da Reitoria do IFCE. Destaque para a prata da casa. O grupo Doces Flautas Doces, do IFCE, abriu a apresentação com duas peças do barroco. Sob a direção da professora Cecília do Valle, a atração apresentou ao público um repertório composto por peças eruditas e populares. Destaque para composições nordestinas como "Forró no escuro", "Paraíba" e "Pavão Misterioso".

O quinteto da Camerata de Violões do IFCE, trabalhando um dedilhado minucioso e apostando numa seleção musical riquíssima, brindou o público com peças de compositores como Heitor Villa-Lobos e o americano Frederic Hand. O grupo, que em 2019 completa 10 anos de existência, encerrou as apresentações do segundo dia de Bienal Internacional de Música do IFCE, que prossegue neste sábado, a partir das 18h, com as apresentações da Orquestra Pop e Jazz do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), a Camerata da Universidade de Fortaleza (Unifor) e o Instrumental Mira Ira do IFCE.