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Folclore brasileiro encerra a Bienal de Música

PALCO REITORIA

Grupo Mira Ira transitou pelo maracatu, boi-bumbá e carimbó, resgatando a música étnica brasileira
última modificação: 03/12/2018 08h28

A Bienal Internacional de Música do IFCE Paulo Abel do Nascimento chegou ao fim com o pedido de "mais uma, mais uma". Ao longo de três dias, o palco instalado na praça Carlos Torres Câmara tornou-se uma vitrine para uma diversidade intensa de ritmos, performances e estilos. As músicas eruditas e a populares compartilharam o mesmo espaço, num grande evento que passa a constar no calendário do circuito musical cearense.

Na noite desse sábado (1º), destaque para o grupo Mira Ira do IFCE. Com sanfona, violas e uma percussão de alto nível, o grupo apresentou ao público um repertório que saiu dos terreiros do sertão, das matas da Amazônia, das comemorações acompanhadas por chimarrão no Sul do país, os rincões da música de raiz brasileira estiveram presentes. "É um passeio pelo Brasil musical", resumiu a professora Lourdes Macena.

Mira Ira foi o último grupo a se apresentar. As atividades no palco da Bienal foram abertas pelos capixabas da Pop e Jazz do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). O grupo de peso, formado por cerca de 50 integrantes, trouxe um repertório genuinamente nacional, com canções assinadas por mestres como Caetano Veloso, Tom Jobim, Vinicius de Morais, Edu Lobo, Chico Buarque, Luiz Gonzaga e Moacir Santos, além de músicas autorais como "De Capiba a Severino", composição dos integrantes do grupo.

"A nossa proposta como orquestra é fazer com que a gente se lembre que a música brasileira é muito grande. Ela é reconhecida no mundo inteiro como uma das melhores músicas do mundo. Por questões de mercado ou da indústria cultural, essas músicas não chegam como chegavam antigamente. A nossa missão como artista é dizer que existem essas músicas e mostrar quantas músicas bonitas nós temos. Isso faz a gente reviver a música brasileira. Nossa missão é dizer 'gente, a nossa música é a melhor do mundo ainda'", afirma o professor, cantor e compositor Yuri Guijansque.

POP EM CENA
Do nacional ao pop internacional, a Camerata da Universidade de Fortaleza (Unifor) sucedeu o Pop e Jazz no palco, abrindo a apresentação com duas peças dos Beatles. A escolha do grupo dos garotos de Liverpool logo na abertura deu o tom do que seria a apresentação do grupo cearense, que trouxe, ainda, os temas de Indiana Jones e Games of Thrones, Coldplay, Katy Perry e Carlos Gardel.

Para a aluna do mestrado em Artes do campus Fortaleza, Circe Macena, as apresentações da última noite mostraram que o IFCE não é apenas tecnologia, mas também uma instituição dedicada às artes. "Fazer um trabalho como esse, eu imagino, é um trabalho de resistência. É um grande evento, que só tem a crescer mais, ocupando esse espaço da Reitoria, que é um espaço tão bonito", pontuou.

Ao final das apresentações, o reitor do IFCE, professor Virgílio Augusto Sales Araripe, agradeceu a todas as instituições parceiras, que contribuíram para a realização da Bienal, bem como a equipe da Pró-reitoria de Extensão. "Nós vamos colocar a arte no seu lugar de destaque, é isso que queremos. A partir de segunda-feira, nós vamos começar a trabalhar a segunda Bienal. Espero que esses dois anos transcorram rapidamente para fazermos esse espetáculo na Reitoria".

A Bienal Internacional de Música do IFCE Paulo Abel do Nascimento é uma realização do Instituto Federal do Ceará, com a parceria da Universidade de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará, Instituto Federal do Espírito Santo, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e com o patrocínio do Governo do Estado do Ceará.