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Do baião ao jazz: diversidade rítmica marca abertura
BIENAL
Plateia aplaudindo de pé é sinônimo de espetáculo. Foi assim a primeira noite de shows da Bienal Internacional de Música do IFCE Paulo Abel do Nascimento. Com direito a experimentar um caldeirão de ritmos, o público pôde se deliciar com atuações performáticas, intimistas e emocionantes. O cardápio de opções rítmicas reservou ao público um momento singular, com releituras de obras assinadas por talentos como Duke Ellington, Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Belchior e Atahualpa Yupanqui.
As atividades no palco da Bienal foram abertas pelo Coral do IFCE, que trouxe nada menos do que Gilberto Gil, com a canção "De onde vem o baião". O grupo, que nos últimos meses apresentou à comunidade a sonoridade dos versos do cearense Belchior, por meio de inúmeras apresentações na capital cearense, não poupou na originalidade ao mesclar o arrastar do chinelo ao belíssimo coro, mostrando que a regionalidade estava demarcando espaço no evento.
A garotada da Big Band Jazz A7, sob a regência do professor Edson Távora, sucedeu o Coral do IFCE no palco. Abusando de uma performance jazzística de primeira linha, o grupo, fruto das atividades de extensão do IFCE campus Fortaleza, brindou o público com uma inegável autenticidade ao executar composições de Tom Jobim, dos parceiros Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, dentre outros. "Esse trabalho foca muito no solo dos músicos, ou seja, na personalidade de cada um. Trazemos um repertório brasileiro, americano e nordestino ", resumiu Távora.
Já o Coral da UFC, acompanhado pela Orquestra Sonial, foi ao encontro do público literalmente. Com uma apresentação acústica inconfundível, o grupo, que tem uma trajetória reconhecida internacionalmente, fez questão de estar próximo da plateia, revisitando obras de Fausto Nilo, Dominguinhos, Anastácia e Caetano. Em comum, composições que abordam a água, tema do espetáculo em cartaz desde o último dia 2.
A versatilidade da programação da primeira noite chegou ao auge com a apresentação vibrante da cantora argentina Cecília Stanzione e do instrumentista carioca Mário Séve. Entre composições autorais e clássicos da música brasileira e argentina, a dupla contou a valiosa participação de Edson Távora no teclado e Jorge Cardoso no bandolim. A cereja do bolo ficou para o final, com uma marcante e surpreendente interpretação de "Mucuripe", em homenagem aos cearenses. Sobre a Bienal, Séve não economizou palavras. "É um projeto fantástico. A mim, carioca, causa uma inveja no bom sentido", brincou o músico.
Para Gabriel Silva, aluno do curso técnico em Instrumento Musical do campus Fortaleza e integrante da Jazz A7, participar da Bienal têm um sentido ímpar. Ao lado dos familiares, o jovem músico destacou que um evento dessa magnitude serve de vitrine para os talentos da casa. "É uma oportunidade de mostrarmos o nosso trabalho. O que a Bienal faz é importante para mostrar os talentos que o IFCE tem", afirma o estudante.
Fotos: Eugenio Pacelli
SERVIÇO
Bienal Internacional de Música do IFCE
De 29 de novembro a 1º de dezembro
Programação: clique aqui