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Aprovada especialização em Hidrogênio Verde
Semipresencial
O Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) aprovou em sua última reunião, ocorrida em 28 de agosto de 2023, a Resolução 101 que cria o curso de Especialização em Hidrogênio Verde no campus do Pecém. A pós-graduação lato sensu terá duração de 18 meses será ofertada de forma semipresencial, com carga horária total de 340 horas, das quais 324 horas serão ministradas à distância e 16 horas de forma presencial nas dependências do campus e/ou no Polo de Inovação IFCE. Em breve será publicado o primeiro edital de seleção.
Tendo como público-alvo os profissionais de engenharia e tecnologia, o curso tem como objetivos qualificar profissionais para atender as demandas nacionais em energias renováveis e Hidrogênio Verde (H2V); fomentar e apoiar ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I); estimular a aproximação entre os pesquisadores das áreas técnico-científicas acadêmicas, os profissionais e as empresas que atuam ou desejam atuar na área; e fortalecer a atuação da instituição, em ações de pós-graduação, pesquisa, inovação, ensino e extensão; além de viabilizar tecnologias, negócios e recursos humanos para uma economia do Hidrogênio Verde (H2V).
De acordo com o projeto pedagógico aprovado, a especialização será estruturada em três semestres. No primeiro serão ofertadas as disciplinas: Seminários (20h); Introdução ao hidrogênio verde (40h); Energias renováveis aplicadas ao hidrogênio verde (40h); Processos químicos do hidrogênio verde (40h) e Metodologia e escrita científica (20h). No segundo semestre serão ofertadas as disciplinas: Economia do hidrogênio verde (20h); Segurança do trabalho em hidrogênio verde (20h); Armazenamento e transporte do hidrogênio verde (40h); Eletrolisadores comerciais e células a combustível (40h) e Aplicações do hidrogênio verde (40h). No último semestre será ofertada a disciplina de Projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (20h).
A disciplina de Seminários tem como intuito apresentar os professores de cada semestre, apresentar as atividades desenvolvidas pelos docentes, promover palestras com especialistas da área, promover network entre os stakeholders da área, visitar laboratórios e realizar visitas técnicas. As aulas síncronas e assíncronas serão realizadas de acordo com o cronograma das atividades que será divulgado no início de cada semestre letivo. A carga horária das disciplinas deve ser cumprida dentro dos prazos de início e fim estabelecidos para cada uma.
Ao concluir o curso de Especialização em Hidrogênio Verde, o profissional estará apto a conhecer a matriz energética nacional e mundial, bem como sua atual limitação, capacidade de ampliação e diversificação através do Hidrogênio Verde; realizar projetos para produção, armazenamento, transporte e aplicação do Hidrogênio Verde; expor ideias e projetos relacionados ao Hidrogênio Verde por meio de trabalhos científicos; conhecer as políticas públicas nacionais regulamentadoras para utilização do Hidrogênio Verde; avaliar os impactos sociais e ambientais da utilização das energias alternativas solar e eólica na produção do Hidrogênio Verde; acompanhar e contribuir com a evolução das diversas tecnologias ligadas ao Hidrogênio Verde, tanto nos aspectos técnicos como científicos.
Campus do Pecém
Atualmente o IFCE dispõe de 35 unidades, sendo 33 campi, um Polo de Inovação e uma reitoria. O campus do Pecém é a 26ª unidade e está localizado no entroncamento das rodovias CE 085 (Estruturante) e CE 422, estando inserido no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). O campus é fruto de parceria entre o Governo do Estado do Ceará e o IFCE visando atender as demandas latentes de capacitação e as que se apresentarem ao longo do funcionamento e ampliação do CIPP.
No Brasil existem cinco principais mercados consumidores do hidrogênio para síntese de produtos e diversos processos e insumos: Petroquímico para refino de combustíveis (concentrado nas refinarias da Petrobras); Setor siderúrgico e metalúrgico para a redução de ferro gusa e fornos de atmosferas controladas; Setor de alimentos para a hidrogenação de produtos, principalmente margarinas; Setor de vidros planos para o processo de inertização do banho de estanho de forma a impedir a formação de defeitos no vidro e proteger as câmaras/equipamentos nos quais o vidro é conformado; Setor de geração de energia (termelétricas) para refrigeração de turbinas.
Todos estes setores estão presentes no Ceará, demonstrando uma demanda a ser atendida e que possui relação com a oferta do curso. Além disso, conforme demonstrado no Mapeamento do Setor de Hidrogênio Brasileiro de 2021 para atendimento da demanda futura no mercado interno nacional por H2V, a produção pode se dar de forma semi-centralizada nas proximidades dos grandes centros econômicos e parques industriais consumidores de H2V no país, a exemplo do CIPP.
Cláudia Monteiro - jornalista da reitoria