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Estudante de Iguatu fala sobre intercâmbio em Portugal
Presidente do Centro Acadêmico, organizadora da primeira Semana de Irrigação, membro do Time Enactus IFCE Iguatu, única brasileira premiada em um concurso internacional de ideias criativas e primeira graduanda de Irrigação e Drenagem do Brasil a fazer um intercâmbio internacional. Apesar de ter apenas vinte e três anos, Ysis Pedrosa, estudante do curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do campus Iguatu já coleciona vitórias em sua vida profissional e pessoal.
Superar desafios e sair da zona de conforto, aliás, é a especialidade de Ysis. Inicialmente aconselhada pela família, essencialmente formada por agricultores, a não trabalhar com Ciências Agrárias, a jovem tauaense tentou buscar outras vocações na capital, mas sua paixão pela área falou mais alto.
Assim, prestou ENEM para Agronomia na Universidade Federal do Piauí, mas devido a um acidente, que a deixou por três anos em uma cadeira de rodas, ela decidiu prestar um novo exame para cursar Tecnologia em Irrigação e Drenagem do Instituto Federal de Educação - campus Iguatu. “O IF foi meus pés, minhas mãos, minha família. Eu vim para cá (campus Iguatu) com problema, fiz a matrícula, eles me mandaram deixar na rodoviária e disseram que todo apoio que precisassem, estariam disponíveis”, conta a estudante.
No IFCE, Ysis se apaixonou definitivamente pelo curso. Em 2015, a Assessoria de Relações Internacionais do IFCE (ARINTER) abriu um edital de intercâmbio acadêmico, o IFCE Internacional, e em que alunos de Serviço Social, Tecnologia de Irrigação e Drenagem e Licenciatura em Química do campus Iguatu poderiam participar.
A estudante então resolveu tentar e acabou selecionada para estudar no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, reconhecido internacionalmente por sua expertise na área de Ciências Agrárias.
Chegando lá, ela percebeu as diferenças de infraestrutura e de metodologias entre o IFCE e o IPB. “Lá não tinha nenhum equipamento que tivesse aqui. Os equipamentos (do campus Iguatu) são mais modernos do que os de lá. A forma de ensino também é muito diferente. Pela experiência que eu tive, eles têm mais a aprender com a gente do que nós com eles, porque as formas de ensino não são tão avançadas quanto o que a gente tem (no IFCE)”, diz.
Mesmo tendo que se adaptar à nova rotina acadêmica, aos costumes de um país estranho, e à saudade dos familiares, Ysis não se acomodou e se inscreveu do Concurso Internacional Creative Thinking (ou Pensamento Criativo) e levou o terceiro lugar da disputa, sendo a única brasileira premiada nesse concurso. O trabalho apresentado foi o projeto mudas, desenvolvido pelo Time Enactus de Iguatu em parceria com a fundação Cargill e Nufarm.
Depois de toda essa experiência, que dicas a Ysis daria para quem quer também tentar um intercâmbio? “Eu queria que as pessoas se dedicassem mais aos estudos. Só fazer o intercâmbio, só dizer que viajou para a Europa não é fácil. Quando vinham as provas e os trabalhos era muito difícil, então não é só viajar. Que façam um curso que goste, eu faço Irrigação porque eu gosto e que as pessoas mantenham o IF vivo e que as pessoas valorizem a gestão do próprio campus e a gestão da reitoria de modo geral”, finaliza.