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Estudante de Iguatu fala sobre intercâmbio em Portugal

Além de adquirir conhecimentos profissionais a experiência no exterior trouxe à Ysis uma reflexão sobre a realidade do próprio Instituto Federal de Educação.
última modificação: 31/08/2016 11h11

Presidente do Centro Acadêmico, organizadora da primeira Semana de Irrigação, membro do Time Enactus IFCE Iguatu, única brasileira premiada em um concurso internacional de ideias criativas e primeira graduanda de Irrigação e Drenagem do Brasil a fazer um intercâmbio internacional. Apesar de ter apenas vinte e três anos, Ysis Pedrosa, estudante do curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do campus Iguatu já coleciona vitórias em sua vida profissional e pessoal.

Superar desafios e sair da zona de conforto, aliás, é a especialidade de Ysis. Inicialmente aconselhada pela família, essencialmente formada por agricultores, a não trabalhar com Ciências Agrárias, a jovem tauaense tentou buscar outras vocações na capital, mas sua paixão pela área falou mais alto.

Assim, prestou ENEM para Agronomia na Universidade Federal do Piauí, mas devido a um acidente, que a deixou por três anos em uma cadeira de rodas, ela decidiu prestar um novo exame para cursar Tecnologia em Irrigação e Drenagem do Instituto Federal de Educação - campus Iguatu. “O IF foi meus pés, minhas mãos, minha família. Eu vim para cá (campus Iguatu) com problema, fiz a matrícula, eles me mandaram deixar na rodoviária e disseram que todo apoio que precisassem, estariam disponíveis”, conta a estudante.

No IFCE, Ysis se apaixonou definitivamente pelo curso. Em 2015, a Assessoria de Relações Internacionais do IFCE (ARINTER) abriu um edital de intercâmbio acadêmico, o IFCE Internacional, e em que alunos de Serviço Social, Tecnologia de Irrigação e Drenagem e Licenciatura em Química do campus Iguatu poderiam participar.

 A estudante então resolveu tentar e acabou selecionada para estudar no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, reconhecido internacionalmente por sua expertise na área de Ciências Agrárias.

Chegando lá, ela percebeu as diferenças de infraestrutura e de metodologias entre o IFCE e o IPB. “Lá não tinha nenhum equipamento que tivesse aqui. Os equipamentos (do campus Iguatu) são mais modernos do que os de lá. A forma de ensino também é muito diferente. Pela experiência que eu tive, eles têm mais a aprender com a gente do que nós com eles, porque as formas de ensino não são tão avançadas quanto o que a gente tem (no IFCE)”, diz.

Mesmo tendo que se adaptar à nova rotina acadêmica, aos costumes de um país estranho, e à saudade dos familiares, Ysis não se acomodou e se inscreveu do Concurso Internacional Creative Thinking (ou Pensamento Criativo) e levou o terceiro lugar da disputa, sendo a única brasileira premiada nesse concurso. O trabalho apresentado foi o projeto mudas, desenvolvido pelo Time Enactus de Iguatu em parceria com a fundação Cargill e Nufarm.

 Depois de toda essa experiência, que dicas a Ysis daria para quem quer também tentar um intercâmbio? “Eu queria que as pessoas se dedicassem mais aos estudos. Só fazer o intercâmbio, só dizer que viajou para a Europa não é fácil. Quando vinham as provas e os trabalhos era muito difícil, então não é só viajar. Que façam um curso que goste, eu faço Irrigação porque eu gosto e que as pessoas mantenham o IF vivo e que as pessoas valorizem a gestão do próprio campus e a gestão da reitoria de modo geral”, finaliza.