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Robótica Educacional: por que ensinar às crianças?

Competição nacional estimula o ensino de robótica no Ceará
última modificação: 08/10/2019 11h27
Exibir carrossel de imagens Francisco da Costa Rodrigues

Mariana Viana e Eberth Costa têm apenas 8 anos. Na escola, já dominam as letras e agora também estão aprendendo robótica. “A gente vê programação, montagem, organismo, entre outras”, conta Mariana. Junto com mais dois amigos, eles integraram a equipe DFJúniorMakerMirin, que participou na modalidade Nível 0 da etapa regional da Olímpiada Brasileira de Robótica (OBR).

 Eberth observou atento o robô da sua equipe, que “seguiu a linha e conseguiu fazer tudo”. Superados os desafios propostos para o Nível 0, ele queria encarar o restante do percurso da OBR e testar os limites do robô que construiu. Ainda era cedo para completar toda a competição. “É que a gente não se preparou ainda”, avisa. Pelo interesse e dedicação, ninguém dúvida que ano que vem estarão de volta e avançando ao próximo nível da competição.

Da arquibancada, a família torcia e acompanhava de perto, orientando que “às vezes dá certo, às vezes não”. “Amadurecer a questão do trabalho em equipe, de estar sempre ajudando o colega. Foi bem bacana ver o crescimento desses meninos. A equipe bem divertida, unida”, explica a mãe do Eberth, Kátia Costa.

Num mundo de constantes e rápidas mudanças, a Olimpíada Brasileira de Robótica assumiu uma missão ousada: proporcionar aos estudantes contato com essa tecnologia, para retirá-los da condição de meros usuários e estimulá-los a tornarem-se desenvolvedores tecnológicos nas próximas décadas. De acordo com a coordenadora da ação no Ceará, Rejane Sá, a OBR pretende levar a robótica para todos os lugares e estimular o desenvolvimento tecnológico do País.

OBR 6A OBR conta com uma prova teórica e com uma competição prática. Podem participar alunos de escolas públicas e privadas do ensino fundamental, médio ou técnico de todo o território nacional. A etapa regional da competição, organizada por professores do Instituto Federal do Ceará com a colaboração de alunos voluntários, reuniu 80 equipes no último sábado, dia 31 de agosto. Já a OBR teórica foi realizada no dia 23 de agosto nos campi do IFCE em Itapipoca, Juazeiro do Norte, Sobral e Tauá e no Colégio Farias Brito em Fortaleza. A competição prática foi realizada no campus de Fortaleza.

A professora Rejane Sá destaca o crescimento do número de participantes nas duas modalidades da Olimpíada. Na competição prática, participaram equipes de 20 cidades cearenses: Acaraú, Aracati, Barbalha, Barro, Beberibe, Canindé, Caridade, Caucaia, Crato, Eusébio, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape, Ocara, Parambu, Pedra Branca, Quixadá, Redenção e Varjota.

Os alunos da EEEP Adolfo Ferreira de Sousa, da cidade de Redenção, desde 2010 participam da OBR, com incentivo da professora Vanderlânia Felício. A escola já conquistou o primeiro lugar na etapa teórica da competição, o que estimulou ainda mais a docente de Física. Por meio de rifa, ela adquiriu kits utilizados pelos estudantes na etapa prática da OBR. Na avaliação da professora, a preparação diária para a OBR estimula o aprendizado de Física e Matemática, além de proporcionar competências socioemocionais.

Além de estimular a resolução de problemas por meio de projetos em equipe, a robótica desenvolve a criatividade, a autoestima e a curiosidade dos estudantes, além de motivá-los. O contato com essa tecnologia e com a automação faz parte do cotidiano de Pedro da Costa, que cursa o Técnico em Eletroeletrônica no campus de Caucaia do IFCE. “A gente sempre procura mesclar as disciplinas do curso com a experiência de pesquisa do laboratório. E isso é uma via de mão dupla, um vai complementando o outro”, revela. 

Quatro equipes cearenses foram classificadas para a etapa nacional da OBR, que ocorrerá entre os dias 22 e 26 de outubro no Rio Grande do Sul. São elas: Athena (Colégio Objetivo, de Juazeiro do Norte) e 100 Medo (Colégio Christus, de Fortaleza), no Nível 1; e Monster High (Colégio Objetivo, de Juazeiro do Norte) e Jegue Robotics (Colégio Christus, de Fortaleza), no Nível 2.

Bicampeã do Nível 2 da etapa regional, Yasmin Rodrigues, da equipe Monster High, está participando pela terceira vez da OBR. Treinos intensos e muito estudo foram o que levaram a estudante a obter bons resultados nos últimos anos.

"Chegam aqui bem novos e vão se superando a cada ano. E a gente já vê alunos que estão entrando na faculdade, porque faz tempo que acompanhamos, e já entram sabendo, com um olhar diferente. Ao capacitar esses alunos desde pequenos estamos no caminho de formar melhores profissionais no futuro ", finaliza a professora Rejane Sá.

Reportagem: Manuella Nobre