Programa Educação Espacial faz das aulas viagem ao espaço

O Programa Limitless Global Educator Program é um projeto internacional que consiste na aplicação de currículo de educação espacial através de práticas pedagógicas adaptadas às salas de aula. O projeto está integrado à Estação Espacial Internacional (EEI) por meio da oportunidade oferecida a dez professores e seus alunos de enviar um experimento para ser conduzido na estação.

A EEI é um laboratório que orbita a Terra com variáveis, como a microgravidade, que não são encontradas no Planeta. Os alunos dos professores participantes do programa têm a tarefa de projetar um experimento inovador, enquanto os docentes são responsáveis por apresentar essas ideias. Um dos experimentos propostos será selecionado para ser desenvolvido e enviado ao espaço.  

Segundo Renato Targino, professor do IFCE e coordenador do programa no campus de Fortaleza, trata-se de uma oportunidade única que alia teoria e prática. “A participação dos alunos ocorre de diversas formas. Eles estão envolvidos nas atividades práticas realizadas durante o projeto, que oferecem aprendizado hands-on e experiências significativas. Além disso, eles têm a chance de se juntar às equipes lideradas por mim para propor um experimento que poderá ser conduzido na Estação Espacial Internacional. Essa participação ativa e envolvente permite que desenvolvam habilidades práticas, científicas e de resolução de problemas, enquanto se inspiram no campo da exploração espacial”.

Explorando o espaço de forma lúdica e interativa, os alunos saem da Terra sem nunca deixá-la. De acordo com o professor Renato Targino, a iniciativa tem várias atividades práticas pedagógicas  e diferenciadas. “Os diferenciais do projeto são diversos e significativos. Primeiramente, o tema da viagem é exploração espacial, o que desperta grande curiosidade e interesse tanto nos professores quanto nos alunos. Além disso, as atividades práticas oferecidas são fascinantes e proporcionam uma experiência de aprendizado única”.

Experiência única que modifica tempo e espaço, tornando a lógica de entendimento do Universo uma viagem à parte. Não por acaso, o professor Renato Targino tem dado asas à criatividade e vivenciado com seus alunos práticas interdisciplinares de conteúdos diversos. “Aproveitamos o momento em que estávamos revisando proporcionalidade e semelhança de figuras para propor a atividade 'Pergaminho do Sistema Solar'. Nessa atividade, os alunos desenharam os planetas do sistema solar em escala. Todos ficaram impressionados com as distâncias entre os planetas, especialmente ao comparar a distância da Terra ao Sol com a distância do Sol a Plutão.”

De planeta em planeta, os estudantes diminuem a distância entre as dúvidas e o conhecimento, explorando o espaço em suas múltiplas facetas. Segundo o coordenador do programa no campus de Fortaleza, “a metodologia do projeto consiste em uma série de atividades mensais e sessões virtuais com especialistas da área de viagem espacial. Dentre as atividades, palestras com astronautas como Drew Feustel e Greg Johnson, Pristine Onuoha, vencedora da competição Genes in Space de 2022, além de Fernando de la Peña, CEO da Aexa Aerospace, que está trabalhando com a NASA em teletransporte holográfico. Uma das palestras do programa contou com a presença do astronauta Greg Johnson, um engenheiro aeroespacial que realizou sua primeira viagem ao espaço em maio de 2009 como piloto da missão STS-125 da Atlantis, a última missão de um ônibus espacial ao telescópio Hubble. Além disso, o programa oferece atividades práticas que demonstram aplicações reais da matemática no mundo. Essas atividades estão sendo aprendidas e ensinadas aos alunos, resultando em uma experiência educacional muito enriquecedora para todos os envolvidos”.

Riquezas que transcendem os benefícios materiais e trazem como consequências ganhos incalculáveis a cada um e a todos, através do fomento à educação espacial. Além das palestras e atividades práticas, os alunos envolvidos terão a oportunidade de viajar para conhecer as bases do programa. Segundo o professor Renato Targino, “a oportunidade de viajar para os Estados Unidos como parte do programa é um diferencial incomparável, proporcionando acesso aos bastidores das principais organizações da indústria espacial e colaboração com educadores de todo o mundo. Esses aspectos combinados tornam o projeto uma experiência verdadeiramente enriquecedora”.

E, assim, o conhecimento se irradia entre os envolvidos, rompendo barreiras, quebrando paradigmas e tornando o que parecia distante uma realidade próxima. O espaço deixa de ser um mistério indecifrável e passa a ser uma maravilhosa viagem de descoberta na qual o conhecimento é a engrenagem propulsora.