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Curso de Serviço Social completa dez anos de atuação em Iguatu e região Centro-Sul

Criado em 2010, curso reafirma seu compromisso com a justiça social e a ciência
última modificação: 04/06/2020 09h19

“Eu acho que a direção não estava preparada para entender o que era o Serviço Social e, como não estava preparada acabava assimilando que o Serviço social era ajuda”, começa a professora Adriana Alves, primeira coordenadora do curso de Bacharelado em Serviço Social do campus Iguatu do Instituto Federal de Educação do Ceará. Implantado oficialmente em 31 de maio de 2010 e com início das aulas iniciado em agosto daquele mesmo ano, o curso de Serviço Social fez parte da interiorização dos Institutos Federais (IFs) no estado.


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 Histórico 

Em 2009, a antiga Escola Agrotécnica Federal de Iguatu passava a ser IF e começava a instalar seus primeiros cursos superiores, iniciando pela Licenciatura em Química. O curso de Serviço Social foi o próximo, considerando o baixo custo de implantação. Segundo Adriana, a proposta do curso surgiu em uma reunião realizada no então IFCE-campus Iguatu. “Já há muitos anos (o curso) era uma preocupação de Assistentes Sociais da cidade como forma de resistência ao avanço dos cursos de EAD (Educação a Distância) não só na cidade de Iguatu, mas da região, emergidas de encontros de profissionais que buscavam a criação de um núcleo do Conselho Regional em Serviço Social (CRESS) em Iguatu”, diz.

 

Outro motivo do campus ter abraçado o bacharelado foi por já haver certa experiência na área com o curso Técnico em Desenvolvimento Social, embora seu caráter essencialmente assistencialista se diferencie da proposta de garantia de direitos, questão central do Serviço Social. “Inclusive isso foi um embate muito grande no início porque o nosso campus vinha com uma pegada da área da Agrotécnica, uma dimensão mais técnica e o Serviço Social, que nunca havia se inserido numa instituição tecnológica, chega com um debate mais político, mais organizado socialmente e causa uma certa estranheza dentro do campus”, conta a atual coordenadora do curso, professora Moíza Medeiros.

 

Segundo o diretor-geral do campus à época, Ivam Holanda, a extinta Escola Agrotécnica tinha certo cunho social ao possibilitar alimentação e moradia aos estudantes que vinham de outras cidades da região além de vários projetos sociais. “A nossa instituição sempre se destacou pela questão de vários projetos sociais. O governo federal (da época) tinha também, no início dele, um cunho bem social, com diversos programas. O que a gente pensou naquele momento é que esses profissionais poderiam estar envolvidos em diversos processos e programas sociais podendo dar um retorno melhor à sociedade, no desenvolvimento de todos esses programas”, diz Ivam.

 

Adriana acredita que a aprovação de funcionamento do curso em Iguatu também foi resultado de um contexto local. “A criação do Curso de Serviço Social no Iguatu é consequência de uma realidade maior, de reestruturação do capitalismo iniciada nos anos 1970, para o reestabelecimento das condições adequadas a continuidade da produção ampliada do capital, guiada pela estratégia neoliberal de minimização do Estado com valorização do mercado e redução das políticas sociais estruturantes, estimulando a privatização dos direitos sociais e a sua transformação em serviços ofertados pelo mercado”, diz.

 

Para o atual diretor-geral do campus Iguatu, Dijauma Honório, o sucesso do curso de bacharelado em Serviço Social reflete o êxito do campus Iguatu do IFCE. “Aprendemos junto com os professores. Até mesmo quando criamos, na época em que eu era diretor de ensino, não sabíamos como seria um curso desse de Serviço Social, mas está aí a prova. O curso hoje está consolidado. Um curso que só nos dá alegria, que tira melhor nota no ENADE, que tem melhores aprovações. Um curso em que temos um destaque tanto na qualidade do Ensino hoje ministrado pelos professores, quanto no resultado que recebemos de nossos estudantes”, exalta.

 

Com 140 profissionais formados ao longo de sua história, o curso tem hoje um reconhecimento nacional, incluindo o reconhecimento de entidades representativas da profissão. A professora Moíza destaca que a matriz de disciplinas segue as diretrizes curriculares da  Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). “Nessa trajetória de 10 anos, o curso buscou se afirmar enquanto da área de Ciência Sociais dentro de um campus de caráter tecnológico”, diz Moíza, e conclui. “O curso de Serviço Social traz uma importante contribuição para as políticas sociais, qualificando a intervenção dos assistentes sociais nessas políticas, fortalecendo os movimentos sociais da região, contribuindo politicamente, eticamente, socialmente com o desenvolvimento de políticas sociais na região”.

 

Sobre o Curso de Bacharelado em Serviço Social do IFCE-campus Iguatu

Tem por objetivo formar bacharéis em Serviço Social qualificados nas dimensões teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política para atuarem nas expressões da questão social, formulando e implementando propostas de intervenção para seu enfrentamento, por intermédio de políticas sociais e do fortalecimento dos sujeitos coletivos, subsidiando-os na promoção e exercício pleno da cidadania e democracia.


O profissional assistente social atua em instituições públicas e privadas, entidades e organizações sociais, na prestação de serviços socioassistenciais e na implementação de políticas setoriais em áreas como: educação, trabalho, saúde, previdência e assistência social, habitação, judiciário, entre outras, na administração de serviços sociais; na elaboração de projetos, diagnósticos e pesquisas na área de Serviço Social; planejamento social, orientações a indivíduos, grupos e famílias e trabalhos comunitários; assessoria e mobilização a organizações e movimentos sociais, na defesa e na ampliação do acesso aos direitos da população.